
O Brasil não encantou, longe disso. Nem chegou a decepcionar, porque fez sua parte e se classificou às quartas de final da Copa América, ao vencer a Venezuela por 2 a 1, neste domingo, em Santiago, no Chile. Mesmo sem Neymar, a seleção apresentou melhora em relação aos dois jogos anteriores. Mas Dunga errou nas substituições no 2º tempo, e a equipe recuou demais. No fim, levou pressão. E apesar disso, conseguiu segurar a vitória. O adversário na próxima fase será o Paraguai, sábado que vem, em Concepción. Em caso de empate, a decisão da vaga será nos pênaltis.
Já que não tinha Neymar, o Brasil teve de encontrar outra forma de jogar. E descobriu poder ofensivo nos pés de Robinho, que fez seu primeiro jogo na Copa América. Nas primeiras movimentações da seleção brasileira, a bola sempre passou pelos pés do veterano atacante.
Com um jogo mais solto, o time de Dunga chegou ao ataque com facilidade. Aos sete minutos, Willian, que também começou bem na partida, inverteu o jogo até o camisa 20, na direita. Ele rolou para a área e Philippe Couttinho chegou a preparar o chute, mas a zaga tirou.
No minuto seguinte, de novo com Robinho, o gol saiu. O atacante cobrou escanteio e o zagueiro Thiago Silva bateu de primeira para fazer 1 a 0. A bola na rede deixou o Brasil mais relaxado. Aos 15, Robinho quase fez o seu. Ele finalizou de primeira, com categoria, e a bola passou bem perto do gol da Venezuela. Aos 23, Filipe Luís teve a chance, após receber de Willian, e arrematar com um chute forte. O goleiro Baroja espalmou para escanteio.
O time da Venezuela só chegou à defesa brasileira aos 29. Uma cobrança de falta ruim para fácil defesa do goleiro Jefferson. Velhos problemas de organização do meio-campo voltaram a aparecer, com muitas bolas perdidas pelo caminho. Motivo para vaias da torcida no Estádio Monumental. Ainda assim, a classificação do Brasil parecia mais do que encaminhada.
No segundo tempo, a Venezuela ameaçou partir ao ataque e deixou espaços para o Brasil. Na primeira delas, Philippe Coutinho recuperou a bola e chutou colocado, mas para fora. Minutos depois, quase que o gol de Thiago Silva se repetiu, mas agora em escanteio cobrado por Willian. O goleiro conseguiu salvar. Baroja, porém, nada pôde fazer aos cinco minutos. Num lance coletivo, Filipe Luís iniciou a jogada, abriu para Willian, na esquerda, buscar a linha de fundo e cruzar de trivela, com categoria, para Firmino. O atacante só escorou para fazer 2 a 0.
A Venezuela não se entregou totalmente. Aos 10, Arango cobrou falta perigosa e Jefferson desviou com a ponta dos dedos. Mas o Brasil tinha o controle do jogo. Aos 18, Robinho mostrou que estava à vontade em campo. Carregou a bola na intermediária, limpou o lance e chutou. A bola saiu pela linha de fundo.
Mesmo com a vantagem de dois gols no placar, e sem ser ameaçado pelo adversário, o técnico Dunga preferiu se resguardar. Aos 22, mexeu duas vezes. Tirou Firmino e colocou David Luiz e trocou Phillipe Coutinho por Diego Tardelli. O zagueiro compôs o meio-campo, como mais um volante.
Pouco depois, Dunga recuou ainda mais o time. Tirou Robinho e colocou Marquinhos, que foi jogar na lateral direita, deslocando Daniel Alves para o meio.
Ainda assim, Jefferson levou alguns sustos. Como aos 39, em cobrança de falta de Arango, parcialmente defendida pelo goleiro. O rebote ficou com Miku, que diminuiu para a Venezuela. Se empatassem, os venezuelanos estariam classificados e tirariam a Colômbia. Não conseguiram, apesar da pressão, e a vaga do Brasil nas quartas de final foi conquistada sem grande brilho nem grande ameaça.
BRASIL 2 x 1 VENEZUELA
Brasil: Jefferson, Dani Alves, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Fernandinho, Elias, Philippe Coutinho (Diego Tardelli) e Willian; Robinho (Marquinhos) e Firmino (David Luiz).
Venezuela: Baroja, Rosales, Vizcarrondo, Túñez e Cichero; Rincón, Seijas (González), Guerra (Miku), Vargas (Martínez) e Arango; Rondón.
Gols: Thiago Silva, aos 8′ do T1; Firmino, aos 5′ do T2; e Miku, aos 39′ do T2.
Juiz: Enrique Cáceres (Paraguai)
Cartões Amarelos: Vargas, Seijas, Thiago Silva e Túñez.
Público: 33.284
Local: Estádio Monumental, Santiago.
Do O Globo