Herpes, boqueira, sapinho, fissura labial… O que esses problemas têm em comum? Todos dão na boca! Você sabe como tratar? E será que tem como evitar? Para tirar as dúvidas, convidamos o ginecologista e consultor José Bento, o infectologista David Salomão Lewi e também a nossa consultora e dermatologista Márcia Purceli.
Cerca de 80% da população tem herpes simples, mas uma parcela pequena desenvolve a doença e outra menor ainda tem chance de recorrência. O vírus é altamente prevalente no mundo inteiro. A doença é causada por dois vírus: herpes simples vírus 1 (HSV-1) e herpes simples vírus 2 (HSV-2).
A transmissão do herpes acontece por contato, seja através da saliva, mucosas, pele ou sexo. O contato direto é a maneira mais comum de se contaminar, mas objetos contaminados como copos, toalha, lâminas, também podem transmitir a doença.
O herpes tem relação com a queda de imunidade. Quando a pessoa está estressada, por exemplo, o cortisol aumenta e a imunidade baixa. Com isso, o vírus é ativado e as feridinhas começam a estourar. O mesmo acontece quando a melhor está no período menstrual. Outros fatores que podem desencadear o herpes são o cansaço, o esforço exagerado, a febre, exposição ao sol e trauma local.
Os especialistas deram algumas dicas de prevenção: evite exposição exagerada ao sol, use protetor solar, evite o estresse, se alimente bem, durma bem e evite ficar cutucando a boca o tempo todo. Caso nada disso funcione, o tratamento é feito com medicamentos antivirais. Normalmente, quando a pessoa usa o remédio logo no início, o ciclo dura quatro dias.
Outras feridas
No inverno é comum sentirmos a boca mais ressecada, quase rachando. É a fissura labial. E o que fazer para tratar esse problema? Ficar passando a língua não adianta. “A gente acha que está lubrificando com a saliva, mas ela não tem o pH correto e a saliva não é água. A saliva tem que ficar dentro da boca”, alerta a dermatologista Márcia Purceli.
A dermatologista lembra que não é bom ficar cutucando a boca com os dentes, tirando a pele dos lábios. “Ficar mordendo, arrancando a pelinha, pode no futuro levar a uma ferida que não fecha”. Para tratar, a pessoa precisa passar a pomada que o médico receitar.
Já a boqueira, ou a queilite, costuma surgir quando junta saliva demais no canto da boca. “Esse acúmulo da saliva faz com que as células do lábio fiquem encharcadas. Isso proporciona uma abertura para o bichinho errado, no caso o fungo”, explica a doutora Márcia. A solução é procurar um médico.
E atenção: sapinho em adulto é sinal de que algo não vai bem com a saúde. “Se você perceber uma placa branca na boca – na garganta, nas mucosas, na bochecha – sinal de alerta! Procure um especialista”. Se em até um mês a feridinha na boca não desaparecer pode ser um sinal de câncer nos lábios.
Do Bem Estar