A violência volta a assustar. Em apenas 12 horas, cinco homicídios foram registrados na Grande João Pessoa, entre o início da noite da sexta-feira e manhã de hoje. Três em João Pessoa, um em Bayeux e outro em Cabedelo. De acordo com a Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Homicídios), dos cinco casos, quatro pessoas foram mortas com arma de fogo e uma à pauladas. Os suspeitos ligados aos crimes ainda não foram identificados. Os corpos foram encaminhados para a Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol).
A primeira morte foi registrada às 18h30 de sexta-feira, no mercado do Varadouro, próximo a Central de Polícia, em João Pessoa. Segundo o agente de investigação Igor Silva, da Delegacia de Homicídios, um um homem de aproximadamente 19 anos foi morto a tiros e próximo ao corpo foi encontrada uma arma. A polícia acredita que o crime esteja relacionado ao tráfico de drogas e acerto de contas, e investiga se a arma que foi encontrada pertencia à vítima. O segundo homicídio aconteceu às 19h, na comunidade Boa Esperança, no bairro do Cristo Redentor. Outro homem de 39 anos também foi morto a tiros. A polícia informou que a vítima tinha envolvimento com o tráfico de drogas e já tinha sido preso por isso.
A terceira morte foi às 23h30, na rua São José, em cidade Bayeux. Um homem, com nome e idade não identificadas , foi morto em uma região conhecida localmente por ‘antigo São Bento’. Ele era proprietário de um estabelecimento comercial e foi morto no local. A vítima ainda tentou fugir mas acabou sendo baleada no interior do estabelecimento. A polícia investida se o crime pode ter sido motivado por certo de contas ou um latrocínio, no caso de roubo seguido de morte.
Já na madrugada deste sábado (20), por volta das 4h30, no bairro de Mangabeira IV, um homem com nome e idade não reveladas foi morto no entorno de uma boate. Ele bebia dentro de um apartamento onde morava, quando um homem armado arrombou a porta e entrou efetuando vários disparos.
O quinto assassinato marcou a manhã de hoje. Às 7h30, um homem foi executado à pauladas, pedradas e tijoladas na cidade de Cabedelo. Conforme o sargento Celso da Polícia Militar, uma viatura foi acionada com informações de que um corpo tinha sido encontrado no Jacaré. Ao chegar ao local, a polícia identificou Ivanildo Gomes da Silva, 43 anos, ex-presidiário e usuário de drogas. A vítima foi encontrada pelo próprio irmão que passava nas imediações. “Não sabemos se foi assalto ou por conta ads drogas. Do lado do corpo tem tijolos, pedras e paus. Acho que ele correu e tentou fugir por os pés estão sujos”, lamentou o irmão da vítima que não quis se identificar.
A polícia ainda vai investigar se a vítima portava algum objeto e se foi vítima de latrocínio ou se foi um acerto de contas. “O que sabemos é que ele já cumpriu pena por roubo no Presídio do Rórger. Recebemos o chamado e viemos até o local. As pessoas da localidade disseram que não ouviram nem um barulho e não viram nenhuma ação estranha nessa manhã”, revelou o sargento Celso.
Sociólogo analisa
Para o sociólogo e pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Ariosvaldo Diniz, o aumento da taxa de homicídio na Grande João Pessoa se deve ao mesmo processo que outras cidades já vem vivenciando, como o Rio de Janeiro e São Paulo. “A principal matriz da violência está ligada ao crime organizado, que, por si só, é uma expressão bastante polêmica. Há sinais de que as mortes estão diretamente ligadas ao crime organizado, sobretudo, no que refere-se a comercialização de substâncias ilícitas e armas. Grupos de fora e internamente estão se estabelecendo em processo de disputas por territórios, estabelecendo um quadro de monopólio territorial entre as facções. E, se observarmos, a maioria dos crimes estão relacionados ao ajuste de contas, tendo em vista que quando há disputa de territórios existe uma forte tendência conjuntural desse tipo de crime aumentar, o que acarreta no quantitativo expressivo de homicídios”, pontuou o especialista.
Do Jornal da Paraíba