O corpo de uma mulher de 80 anos que morreu de Covid-19 foi enterrado na última segunda-feira (25), na cidade de Gado Bravo, no Agreste paraibano, no lugar do corpo de um homem de 54 anos, que faleceu após complicações da mesma doença. Os dois morreram no Hospital Pedro I, em Campina Grande, que foi responsável pelo envio do corpo para a cidade. Na terça-feira (26), a unidade de saúde teria entrado em contato com a prefeitura da cidade informando sobre o engano.
De acordo com Anna Francielly Barbosa, secretária de saúde de Gado Bravo, na segunda, dois pacientes moradores do município com Covid-19 estavam internados no hospital e um acabou morrendo. Um familiar esteve no Hospital Pedro I para reconhecer o corpo, conforme relata a secretária que, em seguida, foi levado para o cemitério da cidade, localizado a cerca de 56 quilômetros de Campina Grande.
No entanto, na terça, o hospital entrou em contato com a secretaria informando que, na verdade, o corpo ainda estava na unidade de saúde e que só perceberam a situação quando a família da mulher foi reconhecer o corpo dela.
“O hospital fez todo o procedimento e documentação legal para ser feita a troca dos corpos. O pessoal do hospital foi até Gado Bravo pegar o corpo e levaram o dele para a cidade, onde já foi enterrado”, explicou a secretária.
Uma nora da idosa denunciou o caso para a polícia na manhã desta quarta-feira (27), para que o corpo da paciente fosse liberado para o sepultamento com mais agilidade. De acordo com o registro de ocorrência, Rita de Alcântara era aposentada e morava no complexo habitacional Aluízio Campos.
Ela foi internada no Hospital Pedro I no dia 22 de maio, infectada pelo novo coronavírus. Segundo a nora de Rita, Maria Dalva Gomes, a família foi informada na terça sobre a morte da idosa, que havia ocorrido no dia anterior.
Quando Maria Dalva foi fazer o reconhecimento do corpo de Rita, percebeu que havia um homem no lugar da sogra. Ao questionar a direção do hospital, ela foi informada de que o corpo da idosa foi encaminhado para cidade de Gado Bravo, de onde seria o homem que também morreu com covid-19.
“Foi um sofrimento duas vezes saber da morte de um ente querido e só poder enterrar após três dias. Tive um susto e passei mal. Todos [os familiares] estão abalados. Foi um transtorno muito grande”, revelou Maria Dalva.
Ainda de acordo com o boletim registrado pela nora de Rita, ela não foi informada sobre quem seria o homem. Ela também relatou que a própria direção do hospital foi quem entrou em contato com a família do paciente de gado bravo para informar sobre a troca de corpos.
A Secretaria de Saúde de Campina Grande informou que está instaurando um processo administrativo para investigar as responsabilidades no equívoco ocorrido durante o processo de liberação dos corpos.
A secretaria afirma ainda que as famílias fizeram o reconhecimento presencial dos corpos, conforme determina o protocolo do hospital. No entanto, com a apreensão de uma possível transmissão da Covid-19, além do momento de luto, infelizmente, houve equívoco por parte dos familiares durante o processo.
Por fim, o órgão lamenta o ocorrido e garante que está dando todo suporte às famílias envolvidas na resolução da situação o mais breve possível, otimizando também os procedimentos relativos à essa etapa de liberação de corpos das vítimas no hospital.
Do G1 Paraíba