Por uma decisão do Conselho Federal de Medicina anunciada nesta segunda-feira (20), as mulheres só vão poder agendar uma cesária a partir da 39ª semana de gravidez.
É uma regra para ser seguida nos hospitais públicos e privados. Agora, não havendo situação de risco para a mãe nem para o bebê, a determinação do Conselho é que a cesárea agendada seja feita a partir da 39ª semana de gestação. Antes, podia a partir da 37ª.
A mudança desta segunda (20) segue a padrões que já são adotados em outros países desde 2013.
Duas semanas a mais podem parecer pouco, mas fazem uma grande diferença, segundo a obstetra.
“Cada dia intrautero significa para nós três dias a menos de UTI neonatal. E as nossas UTIs neonatais estão lotadas dos bebês acima de dois quilos e meio, que são aqueles acima das 37 semanas, e não tem espaço para o real prematuro que precisa nascer”, explica Rita Sanchez, coordenadora do Hospital Albert Einstein.
Os médicos dizem que o bebê com 37 semanas já está formado, mas a reta final é muito importante para o desenvolvimento do cérebro, do fígado e dos pulmões.
“Na 39ª, eles estão não só formados, mas maduros”, afirma Adriana Scavuzzi, conselheira federal.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, bebês que nascem antes desse período têm mais chance de ter problemas respiratórios, dificuldades para manter a temperatura corporal e se alimentar.
As cesáreas já são 55,6% dos partos do país e, entre as mães que têm mais de 12 anos de escolaridade, o número de cesáreas é ainda maior: 8 em cada 10 bebês nascem assim.
A mulher continua tendo autonomia para decidir que parto que ter, mas agora se preferir cesárea, terá que assinar um termo de consentimento junto com seu médico.
O presidente do Conselho Federal de Medicina diz que a medida não deve mudar o número alto de cesárias no país.
“Não é uma resolução para trabalhar nesse sentido. Essa resolução se destina a segurança do feto na realização da cesária à pedido da mulher”, diz Carlos Vital Corrêa Lima.