Morar em catorze cidades e ao final descobrir que o Brejo paraibano é o lugar ideal para viver e se realizar profissionalmente. Esse foi o rumo da repórter da TV Cabo Branco Silvia Torres, natural de Maceió, em Alagoas. A vida “nômade” não foi escolha própria. Devido ao trabalho da mãe, médica aposentada, a família da jornalista vivia de mudança pelo Brasil. Até que ela decidiu fincar raiz na Paraíba, onde se formou na universidade, foi mãe e deu seus primeiros passos na Comunicação.
A relação de Silvia com o Jornalismo nasceu de forma inusitada. Seu pai, embora fosse dentista, participava com frequência do programa de rádio apresentado por um amigo. Em casa, ele tinha o hábito de ler matérias de jornais impressos em alto e bom som. A filha ouvia tudo com atenção.“Ele sempre fazia isso imitando a voz grave do Cid Moreira. Aquilo me marcou bastante e despertou em mim o gosto pela área”, disse. O desejo de criança ganhou fôlego na adolescência quando, em um trabalho escolar, ela precisou escrever um jornal sozinha.
Em mais uma das tantas mudanças de endereço, Silvia parou com a família na capital paraibana, onde permaneceu por 14 anos. Em João Pessoa, ela concluiu o Ensino Médio e se formou em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
A passagem pela academia não se limitou a uma graduação. Ela também estudou Psicologia. “Sempre me interessei pela questão existencial, em ouvir as pessoas e perceber como elas se expressam através do próprio corpo. Por isso, pensava em ser psicóloga”, explicou. A jornada no segundo curso, entretanto, parou no sétimo período, quando se deu conta de que a ligação com a Comunicação era bem mais forte.
Fora da rotina universitária, Silvia se dedicou a outra paixão: os palcos. A jornalista estudou no Teatro Santa Roza e se tornou atriz profissional. “Apresentei vários espetáculos em festivais. Atuando, sentia como se estivesse solta e pudesse ter uma vida paralela, representando tantos personagens. Essa experiência me fez crescer bastante”, destacou.
Em 2001, ao se graduar na UFPB, ela deixou o trabalho artístico de lado para respirar exclusivamente o jornalismo. Conseguiu oportunidades em emissoras televisivas locais. Em meio às alegrias das experiências na telinha, ela foi mãe. A criança ganhou o nome de José, em homenagem ao santo celebrado na data em que nasceu, 19 de março. Com o filho ainda bebê, ela arrumou as malas e embarcou para a cidade de Barreiras, no interior da Bahia, a fim de encarar uma nova experiência como repórter, dessa vez na TV Oeste, afiliada Rede Globo.
Mas o elo criado com a Paraíba era muito forte e Silvia sentiu vontade de continuar abrindo caminho por essas bandas. No ano passado, ela topou o desafio de comandar a sucursal da TV Cabo Branco no Brejo. Atualmente, o endereço oficial dela é a cidade de Guarabira.
“Circulo por toda a região. Pelas ruas, ouço muita coisa dos telespectadores. Nosso contato é tão próximo que os vejo como amigos, pessoas que recebem nossa equipe de braços abertos e que se orgulham em ver as cidades onde moram sendo referência na TV”, contou, entusiasmada.
Adaptada à rotina no local e, mais do que isso, encantada com tudo que conheceu por lá, Silvia fala com carinho que o Brejo é um lugar rico em atrativos turísticos, hospitalidade e empreendedorismo. Tudo isso vira pauta para ela e seu cinegrafista, Volney Andrade. “Os moradores da região são extremamente simples e criativos, características que estão em harmonia com o propósito do nosso jornalismo, de ser mais solto e espontâneo”, declarou.
A paixão pelo teatro não foi esquecida. Segundo a repórter, “uma vez atriz, para sempre atriz”. Contudo, ela não tem dúvidas de que a comunicação é o caminho que tinha que trilhar. “No palco, encenava vários personagens diferentes. No jornalismo, lido com diversas histórias, com a realidade de muita gente. Brinco que saí da ficção para o teatro da vida real. E sou realizada fazendo isso”.
Do Jornal da Paraíba