A carne bovina, que nos últimos meses apresentou uma trajetória de queda de preços, deve voltar a subir, registrando um aumento de 5% a 10%, até outubro. A projeção é do presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios (BGA), Humberto Margon Vaz. Segundo ele, dois fatores terão impacto sobre o valor do produto. O primeiro é uma questão climática, com a seca prolongada em algumas regiões do país, por causa da quebra de safra de grãos que pode afetar na alimentação de gado confinado. A exportação de carne também pressionará o preço.
— Os produtores negociam lá fora e pressionam o valor aqui dentro. Estamos vivendo uma estabilização de preços, neste momento, com tendência de elevação até outubro, também por causa da seca. Em até dois meses, a perspectiva dos operadores na Bolsa é de variação de até 10% — observou Vaz.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação oficial, registrou uma queda de 0,85% no preço da carne, em todo o país, em junho, em relação ao mês anterior. No Rio, a redução foi de 1,38%. No acumulado do primeiro semestre, a diminuição no Rio foi de 2,84%.
— O consumidor deve aproveitar que os preços ainda não subiram, principalmente os dos cortes dianteiros, como pá, acém e peito. As parte traseiras estão indo para exportação e poderão subir mais rapidamente — disse o consultor de varejo Marco Quintarelli.
Para a Maria Andreia Parente, analista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), outros produtos deverão apresentar desaceleração, como o feijão.
—Apesar do alto risco de queimadas, estamos na safrinha, com expectativa de melhorar os preços de frutas, verduras e leguminosas. As informações são do Jornal Extra.