Um grupo armado fez cerca de 170 reféns em um hotel de alto padrão de Bamako, capital do Mali, no oeste da África, após invadir o edifício e deixar várias pessoas feridas num tiroteio. Após cerca de cinco horas de cerco, uma ação policial conseguiu libertar cerca de 80 reféns, afirma as rede de TV estatal.
Ao menos três pessoas foram mortas, dois malineses e um francês. O ministério da Segurança de Mali afirma que, antes da invasão principal, ocorrida por volta das 10h (hora de Brasília), alguns já haviam conseguido libertar “uma dezena” de reféns.
Segundo fontes de segurança locais ouvidas pela agência France Presse, os agressores são “jihadistas”. Alguns reféns foram liberados pelos próprios sequestradores, incluindo duas mulheres, após provarem que eram capazes de recitar versos do Alcorão.
O hotel Radisson Blu, onde ocorreu a ação, já está cercado por policiais e soldados do exército do país e da ONU. Os agressores percorreram o hotel gritando “Alá é grande”, afirmam.
Segundo a Rezidor, empresa que controla o hotel, entre os reféns há 140 hóspedes e 30 funcionários. No momento da ação, foi possível ouvir disparos do lado de fora do hotel. Há feridos, mas ainda não se sabe quantos.
O presidente do Mali, Ibrahim Keïta, cancelou uma viagem que tinha programada para o Chade e retornou à capital Bamako.
Resgate
A ONU diz que três de seus representantes foram resgatados do hotel antes da invasão do exército. A companhia aérea turca Turkish Airlines afirma que tinha sete funcionários dentro do Radisson Blu, três dos quais conseguiram escapar sozinhos.
Segundo a administração do hotel, o ataque estaria sendo realizado por apenas dois ou três homens, que entraram no prédio às 7h00 locais (5h00 na hora de Brasília). Forças de segurança, porém, estimam que dez homens participam da ação armada.
A ocupação se iniciou no sétimo andar do prédio, que possui 190 suítes, e os homens armados começaram a percorrer o hotel andar por andar, segundo a CNN. O grupo armado teria entrado no hotel dentro de um carro com placa de diplomatas.
O Radisson Blu fica a 1,5 km de distância da Embaixada dos EUA no Mali. Diplomatas americanos no local já emitiram um comunicado via Twitter pedindo a todos os cidadãos americanos que procurem abrigo. Funcionários da embaixada estão alocados dentro do prédio.
Conexão francesa
Em 2012, vários grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda se apoderaram de zonas do norte de Mali, que foi colônia francesa até 1960. Muitos foram expulsos da região após uma ação militar internacional iniciada em janeiro de 2013, proposta pela França.
O governo francês disse ter informação de que há cidadãos do país entre os reféns. Ainda ontem, o presidente François Hollande havia elogiado as tropas francesas pelo desempenho na campanha no norte do Mali.
A operação está em andamento, porque algumas áreas ainda estão fora de contre do governo de Mali. No início, os ataques jihadistas se concentraram apenas no norte do país, depois se espalharam para o sul e para o centro.
Outros cidadãos estrangeiros já foram localizados dentro do hotel. Segundo a agência de notícias Xinhua, há ao menos sete chineses no Radisson Blu.
Do G1