Uma travesti morreu no fim da tarde desta terça-feira (2) em decorrência de complicações após injetar silicone industrial em uma das nádegas em João Pessoa. Segundo o chefe da Divisão de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Lauro Wanderley, Ciro Leite, ela desenvolveu uma infecção generalizada, que foi uma consequência da necrose dos tecidos na região em que ela aplicou o silicone.
“Ela foi para o bloco de cirurgia para retirar o material necrótico na nádega e na região superior da coxa, mas não resistiu nem à indução anestésica. Ela estava em um estado tão grave que não chegamos nem a retirar”, informou o médico.
Ainda de acordo com Ciro Leite, essa era a primeira cirurgia a qual ela ia ser submetida desde que deu entrada no HU, no dia 29 de maio. Ele disse que foi informado que o silicone utilizado para a intervenção estética era do tipo usado em esteiras.
“O silicone, para ser injetado, tem que estar estéril, purificado. É um processo muito rigoroso. Injetar um material que não é estéril, não é indicado para ser colocado no corpo, fazer isso espontaneamente, não é só perigoso, como é quase um suicídio”, declarou o médico.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa, a travesti deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oceania, no bairro de Manaíra, na noite do dia 25 de maio. Ela se queixava de febre, muita dor e apresentava um quadro inflamatório na região da nádega. No dia seguinte, ela foi transferida para o Ortotrauma de Mangabeira, também conhecido como Trauminha.
Assim que chegou no Trauminha, já em estado grave, ela foi para a Sala Vermelha, que é uma área de semi-UTI, de acordo com a assessoria da unidade hospitalar. No dia 29, ela foi novamente transferida, dessa vez para o Hospital Universitário.
G1 Paraíba